Tarcísio prometeu “pior punição” a ex-assessor envolvido com PCC, mas ele retornou à PM
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Créditos: Divulgação / Campanha Ricardo Nunes |
Revista Fórum - Capitão Diogo Costa Cangerana seria responsável pela abertura de contas do PCC e do crime organizado em fintechs da Faria Lima investigadas pela PF. Após promessa de Tarcísio, ele foi solto e alocado no "setor de logística" da PM.
No centro das investigações sobre o suposto esquema criminoso de lavagem dinheiro para a facção Primeiro Comando da Capital, o PCC, em empresas do sistema financeiro sediadas na suntuosa Avenida Faria Lima, o capitão Diogo Costa Cangerana, que atuou como chefe da segurança pessoal de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), na Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes - onde atuou por 14 anos -, pode provocar uma hecatombe nas pretensões eleitorais do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), cortejado pela Terceira Via para ser o anti-Lula em 2026.
Investigado na megaoperação da Polícia Federal (PF), em parceria com a Polícia Civil, Ministério Público e Receita Federal, o capitão Cangerana já havia sido preso pelos agentes federais em 26 de novembro de 2024 na operação Tai-Pan.
Na operação, que está na raiz da mega ação desencadeada na semana passada, a PF coletou provas contra um grupo de fintechs que teriam movimentado R$ 6 bilhões em cinco anos, com cerca de R$ 800 milhões apenas em 2024.
O ex-assessor de Tarcísio seria o responsável por abrir as contas do crime organizado, especialmente o PCC, nas fintechs, que seriam responsáveis por lavar o dinheiro oriundo de crimes como tráfico internacional de drogas, latrocínio, entre outros.
Um dia depois, em 24 de novembro, Tarcísio fez encenação à mídia liberal e prometeu a “pior punição possível” ao ex-assessor, classificado por ele como "maçã podre" na Polícia Militar, anunciando ainda o afastamento do capitão da corporação.
“Obviamente, toda instituição, infelizmente, a gente tem essas maçãs podres, e essas maçãs podres nós vamos tirar desse cesto”, ilustrou.
Volta à PM
No entanto, capitão Cangerana saiu da cadeia menos de um mês depois. Em 18 de dezembro, o ex-assessor de Tarcísio foi beneficiado por um habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal (TRF3) e deixou a prisão.
O afastamento da PM também foi anulado e a Secretaria da Segurança Pública (SSP), comandada pelo "capitão" Guilherme Derrite - pré-candidato do PP, de Ciro Nogueia, ao Senado - informou que Cangerana havia sido "alocado na diretoria de logística da PM, onde cumpre expediente administrativo".
Um dos principais elos entre a Faria Lima, o PCC e o Palácio dos Bandeirantes, capitão da Polícia Militar Diogo Costa Cangerana era Chefe de Equipe da Divisão de Segurança de Dignitários do Departamento de Segurança Institucional.
A importância do militar no cargo se mostra pelas missões dadas a ele. Cangerana esteve em 25 viagens para fazer a segurança pessoal de Tarcísio.
Entre essas viagens estão o encontro do governador com agentes do sistema financeiro em Nova York, onde falou sobre a privatização da Sabesp, o encontro de conservadores, no evento da CPAC Brasil - articulado por Eduardo Bolsonaro - em Balneário Camboriú, quando Tarcísio e Jair Bolsonaro encontraram o presidente argentino Javier Milei.
Com Tarcísio já no Palácio dos Bandeirantes, em 11 de janeiro de 2024, capitão Cangerana recebeu a Medalha “Valor Militar”, em grau Ouro, uma honraria concedida a PMs paulistas com 30 anos de serviço para reconhecimento à trajetória de dedicação e as bons serviços prestados.
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