DCM - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, aceitou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e ordenou a abertura de um inquérito contra a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC). A decisão determina que a parlamentar seja intimada por uma autoridade policial em até 15 dias para prestar depoimento e esclarecimentos relacionados às acusações de ameaça contra o presidente Lula (PT), incitação e apologia ao crime.
Mendonça, indicado ao Supremo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deixou claro que a participação da deputada no depoimento é voluntária, enfatizando que a tomada de depoimento depende da vontade dela. Em sua decisão, ele destacou: "Após a data eventualmente marcada para a oitiva, com ou sem ela, abra-se nova vista à Procuradoria-Geral da República".
A investigação teve início após uma publicação nas redes sociais feita por Zanatta em março. Na imagem, a deputada segura um fuzil e veste uma camisa com ilustrações de uma mão de quatro dedos perfurada por tiros, em referência ao presidente, de um lado, e armas de fogo do outro. No centro da peça de roupa, a frase "Come and Take It" ("venha e leve", em tradução livre) está estampada, expressão usada em guerras civis nos Estados Unidos e ressignificada por armamentistas americanos nos anos 1990.
Na legenda da publicação, Zanatta critica o governo de Lula, mencionando a transição de um "sonho de liberdade" para uma defesa exclusiva dos empregos no setor de armas. Ela argumenta sobre a necessidade de socorrer empregos e lutar por segurança jurídica, classificando o mandato do petista como um "desgoverno" que requer ações para "impedir retrocessos". A postagem que originou a investigação permanece disponível nas redes sociais da deputada. O inquérito agora instaurado buscará esclarecer os eventos e avaliar se as ações de Zanatta configuram ameaça, incitação ou apologia ao crime, conforme apontado pela PGR.
