STF ouve testemunhas em ação contra deputados do PL por suspeita de desvio de emendas parlamentares


 


Brasil 247 -  Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e Bosco Costa são acusados pela PGR de cobrar propina para liberar R$ 6,6 milhões em recursos federais.

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quarta-feira (13) as audiências para ouvir testemunhas de defesa e acusação no processo que apura o envolvimento de três parlamentares do Partido Liberal (PL) em supostos desvios de emendas parlamentares. Segundo a coluna do jornalista Fabio Serapião, do Metrópoles, a fase de instrução, conduzida pelo ministro Cristiano Zanin, se estende até 22 de agosto e foi agendada ainda em junho.


A ação penal envolve os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e o suplente Bosco Costa (PL-SE). Segundo denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2024, os três teriam solicitado propina ao então prefeito de São José do Ribamar (MA), Eudes Sampaio Nunes, para liberar verbas de emendas parlamentares. O valor pedido, de acordo com a PGR, foi de R$ 1,6 milhão, em troca da liberação de R$ 6,6 milhões em recursos federais.


As investigações, conduzidas pela Polícia Federal (PF), apontam Josimar como líder do esquema, supostamente utilizando sua experiência em captação e destinação de emendas para exigir devolução de parte dos valores liberados. Pastor Gil teria atuado de forma ativa nas negociações, enquanto Bosco Costa, segundo a acusação, intermediava com lobistas para viabilizar o desvio.


O relatório da PF cita ainda outros envolvidos, como o agiota conhecido como Pacovan, apontado como responsável pela parte operacional e financeira, inclusive recorrendo a subordinados armados para cobrar os prefeitos. O documento inclui conversas dos parlamentares sobre repasses para São José do Ribamar. Ao todo, oito pessoas respondem à ação.


O processo é um dos primeiros no STF a tratar de irregularidades no uso de emendas parlamentares e ocorre em um momento de tensão entre o Supremo e o Congresso sobre a destinação desses recursos. Em 2023, o ministro Flávio Dino chegou a suspender pagamentos até que houvesse mais transparência. No Legislativo, há articulação para aprovar uma proposta de emenda à Constituição que retire do STF a competência para julgar deputados e senadores, o que poderia remeter casos como esse à primeira instância. Atualmente, cerca de 80 inquéritos sobre o tema tramitam na Corte.


Em manifestações apresentadas ao STF, os parlamentares negaram envolvimento nas irregularidades. Pastor Gil classificou a denúncia como “inverídica” e “descontextualizada”, com alegações “genéricas e infundadas”. Josimar Maranhãozinho disse que a acusação não descreve de forma clara condutas que caracterizariam crime e que a imputação de corrupção passiva se baseia apenas em presunção. Ele também ressaltou que, na época dos fatos, apoiava um candidato rival do então prefeito Eudes Sampaio, sugerindo que o antagonismo político poderia ter motivado ataques contra ele.


Bosco Costa, por sua vez, contestou a imputação de autoria de emendas para São José do Ribamar, alegando que se baseia em conversas de terceiros e anotações que desconhece. Sobre pagamentos mencionados na denúncia, afirmou que se tratavam de acertos de despesas pessoais da família, sem relação com vantagem indevida.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

URGENTE: PF identifica ex-ministro de Bolsonaro como beneficiário de esquema bilionário de fraudes no INSS

Casal gay é espancado por 8 homens em banheiro de bar do DF

Zambelli será extraditada da Itália e pretende delatar Bolsonaro por vingança, afirma jornalista