Nos EUA, carne alcança US$ 150 o quilo com seca histórica, tarifas contra o Brasil e barreiras ao México


 Brasil 247 -  Crise na pecuária americana eleva preços a recordes históricos; relatório do USDA aponta que queda na produção e barreiras comerciais agravam cenário.

A carne bovina, um dos principais símbolos da gastronomia dos Estados Unidos, atingiu o maior preço da história no país. Segundo a CNN Brasil, o quilo do produto já ultrapassa os R$ 150, reflexo da combinação de três fatores: mudanças climáticas, restrições sanitárias ao México e a aplicação de tarifas mais altas contra o Brasil.


Dados recentes da pesquisa mensal de inflação mostram que a carne para churrasco alcançou, em média, US$ 11,87 por libra de carne bovina — cerca de R$ 150 o quilo — um aumento de 3,3% em apenas um mês e de 9% nos últimos seis meses. A carne moída, essencial para hambúrgueres, seguiu a mesma trajetória: alta de 3,9% em julho e salto de 15,3% em meio ano, chegando a US$ 6,33 por libra ou R$ 75 o quilo.


O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo suas estimativas de produção interna. A expectativa é de que os pecuaristas entreguem 25,9 bilhões de libras em 2025, o que representa queda de 1% em relação ao mês anterior e de 4% frente à previsão do início do ano.


O relatório do USDA destacou: “A produção de carne bovina foi reduzida devido à redução do abate de bovinos alimentados e não alimentados e aos animais que têm registrado peso menor”. A seca e o efeito das mudanças climáticas vêm reduzindo o número de animais nos pastos e comprometendo a produtividade da pecuária.



Outro fator que pressiona os preços é a aplicação da tarifa de 50% sobre a carne brasileira. O USDA já estima queda de 1,9% nas importações em 2025 e prevê impacto ainda maior em 2026, quando a redução pode chegar a 7,5%. O corte deve representar 180 mil toneladas a menos de carne bovina brasileira no mercado americano.


Segundo o relatório, “as importações de carne bovina para 2025 são reduzidas para refletir os dados comerciais reportados durante o primeiro semestre do ano, bem como a redução dos embarques devido a tarifas mais altas, principalmente do Brasil”.


Além do clima e das barreiras comerciais, pesa contra os consumidores americanos a manutenção das restrições ao gado mexicano. Desde maio, os Estados Unidos proíbem a importação de animais vivos devido à ocorrência da New World Screwworm (NWS), conhecida no Brasil como “bicheira do Novo Mundo”.


A doença pode matar bovinos, afetar aves e, em casos raros, até seres humanos. Na semana passada, o USDA anunciou um plano de médio e longo prazo para combater a praga, incluindo a construção de uma fábrica de moscas estéreis no Texas, o que indica que o fim da proibição ainda está distante.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

URGENTE: PF identifica ex-ministro de Bolsonaro como beneficiário de esquema bilionário de fraudes no INSS

Casal gay é espancado por 8 homens em banheiro de bar do DF

Zambelli será extraditada da Itália e pretende delatar Bolsonaro por vingança, afirma jornalista