Esposo de Carla Zambelli viaja a Israel e descobre, ao desembarcar, que suas contas estão bloqueadas.
Revista Fórum - Antônio Aginaldo de Oliveira partiu para o Estado judeu após a prisão de sua esposa em Roma; com salário retido e contas bloqueadas por ordem de Moraes, ele não tem previsão de retorno ao Brasil.
O ex-comandante da Força Nacional e marido da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), Antônio Aginaldo de Oliveira, vive um impasse financeiro e jurídico em Israel. Assim que desembarcou no país, foi informado de que suas contas bancárias e o salário de policial militar estavam bloqueados por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A situação foi confirmada pelo advogado Fábio Pagnozzi, que defende o casal. Segundo ele, Aginaldo está “meio assustado” e sem previsão de retorno ao Brasil. "Recebeu com muita indignação [a decisão de Alexandre de Moraes de congelar as contas]. A aposentadoria dele foi bloqueada em 100%", relatou.
Pagnozzi criticou duramente a medida judicial: "Mas o mais bizarro é decisão do Moraes dizendo que ele poderia, no futuro, ajudar uma fugitiva. Bloqueia 100% e ele come o quê? Morre de fome? O que eles fazem é enforcar parentes e amigos próximos para que essas pessoas não aguentem. É uma tática medieval".
Companheiro de fuga
Antes de viajar, Aginaldo havia acompanhado Zambelli durante sua fuga pela Europa. Ele se afastou do cargo de secretário de Segurança Pública de Caucaia (CE) e acabou exonerado em julho pela prefeitura.
A deputada foi presa no último dia 29 de julho, em Roma, após quase dois meses foragida da Justiça brasileira. Localizada em um apartamento no bairro Aurélio, ela foi levada para o presídio feminino de Rebibbia, que abriga 369 detentas.
No dia 1º de agosto, a Corte de Apelação de Roma decidiu que Zambelli deve permanecer em regime fechado enquanto tramita o processo de extradição para o Brasil – um procedimento que, segundo especialistas, pode levar de um a dois anos. A audiência, conduzida a portas fechadas pelo juiz Aldo Morgigni, durou cerca de três horas.
A defesa da parlamentar na Itália tentou obter prisão domiciliar, mas não conseguiu. Uma nova audiência está marcada para esta quarta-feira (13).
Disfunções psicológicas
Advogado de Carla Zambelli, Fabio Pagnozzi afirmou que vai alegar à justiça italiana "diversas disfunções psicológicas" para tentar libertar a deputada bolsonarista, que está presa desde 29 de julho em Roma, onde aguarda a decisão sobre a extradição para o Brasil, onde foi condenada a 10 anos de prisão por mandar o hacker Walter Delgatti invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça e inserir um mandado fake de prisão contra Alexandre de Moraes.
Pagnozzi prepara a defesa da brasileira, que vai participar de uma audiência nesta quarta-feira (13) na IV Seção do Tribunal de Apelação de Roma. Após a oitiva, a justiça italiana vai decidir se mantém ou não a prisão da deputada.
"Trataremos sim a respeito das questões da saúde da deputada, tanto física quanto psicológica. Nosso objetivo é que ela possa aguardar a decisão de extradição em liberdade, mas existe também a possibilidade de domiciliar", disse o advogado, sobre o mesmo regime que Jair Bolsonaro (PL) está sujeito no Brasil.
"A deputada possui uma série de problemas, dentre eles está um tipo raro de fibromialgia e diversas disfunções psicológicas. Tudo isso será abordado na audiência", emendou.
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