Lula volta da China com R$ 27 bilhões e avanços estratégicos, mas imprensa prefere fofocas


 Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retornava da China com uma mala cheia de acordos estratégicos — incluindo R$ 27 bilhões em investimentos, isenção de visto para brasileiros e avanços no ambicioso projeto da Ferrovia Bioceânica — a grande imprensa nacional parecia mais interessada em alimentar intrigas e fofocas de bastidores do que informar a população sobre os impactos reais da viagem.


Na prática, a visita ao país asiático representou um salto diplomático e econômico. Lula conseguiu destravar acordos com foco em infraestrutura, tecnologia, energia limpa e intercâmbio educacional. A Ferrovia Bioceânica, por exemplo, pode vir a redefinir a logística sul-americana, ligando o Brasil ao Pacífico através do Peru e cortando custos de exportação para a Ásia. Já a isenção de visto facilitará a entrada de turistas e empresários brasileiros na China, fortalecendo os laços culturais e comerciais.


Mas ao invés de estampar manchetes sobre o conteúdo e os resultados concretos da missão, parte considerável da mídia tradicional preferiu ecoar teorias sobre disputas internas no governo, supostos ciúmes entre ministros ou frases descontextualizadas. Mais uma vez, o foco se volta para o teatro das intrigas, e não para o roteiro da realidade.


O sociólogo Jessé Souza já alertava: o maior entrave ao desenvolvimento brasileiro não é apenas político ou econômico, mas simbólico e cultural — um fenômeno que ele chama de "elite do atraso". A imprensa, como extensão dessa elite, muitas vezes prefere sabotar avanços do país a reconhecer méritos de governos progressistas, especialmente quando vindos da esquerda.


Esse comportamento não é novo. O mesmo se viu em outras ocasiões, como quando o Brasil sediou a Copa e as Olimpíadas e, em vez de discutir a projeção global que o país ganhava, reduziu-se o debate a memes de estádios e gastos públicos — muitas vezes ignorando o que foi feito em infraestrutura urbana e turismo.


Dessa vez, o ciclo se repete. O Brasil dá um passo estratégico rumo a uma maior inserção internacional e cooperação sul-sul, mas a cobertura jornalística dominante age como se tudo não passasse de uma novela de vaidades palacianas.


É fundamental que a sociedade civil, os comunicadores independentes e as redes sociais exerçam um papel de contrapeso. Precisamos resgatar o jornalismo comprometido com o interesse público, não com a manutenção do status quo. Porque, no fim das contas, a elite do atraso só se sustenta quando há uma imprensa que a serve — e não que a questiona.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

URGENTE: PF identifica ex-ministro de Bolsonaro como beneficiário de esquema bilionário de fraudes no INSS

Casal gay é espancado por 8 homens em banheiro de bar do DF

Zambelli será extraditada da Itália e pretende delatar Bolsonaro por vingança, afirma jornalista