Crueldade: 14 mil bebês podem morrer em Gaza em 48 horas se Israel não permitir ajuda, diz ONU à BBC
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmam que milhares de recém-nascidos estão à beira da morte por inanição, desidratação e falta de atendimento médico básico. Hospitais estão em colapso, sem eletricidade, sem remédios e sem incubadoras funcionando. A maior parte da ajuda internacional continua barrada em fronteiras fechadas ou bombardeadas.
> “Estamos diante de uma catástrofe ética e humanitária sem precedentes. Trata-se de um genocídio por inanição”, afirmou o relator especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados.
Um bloqueio que mata
Desde o agravamento do conflito, Israel mantém um bloqueio quase total à Faixa de Gaza, impedindo a entrada de alimentos, água potável, combustível e medicamentos. Organizações internacionais vêm denunciando que o bloqueio não distingue combatentes de civis. Pelo contrário: os civis — e, sobretudo, as crianças — têm sido as maiores vítimas.
A ONU já havia alertado há meses que Gaza se tornaria "inabitável" em 2024, mas a escalada militar e a recusa em permitir corredores humanitários tornaram essa previsão uma realidade sangrenta. Atualmente, mais de 80% das estruturas de saúde foram destruídas ou inutilizadas. As maternidades funcionam em porões e tendas improvisadas, enquanto mães dão à luz sem anestesia, e bebês morrem antes mesmo de serem registrados.
Crueldade institucionalizada
O uso deliberado da fome como arma de guerra é proibido pelo Direito Internacional Humanitário. No entanto, o cenário em Gaza mostra a persistente impunidade de potências militares diante da paralisia das instituições internacionais.
Especialistas em direitos humanos acusam o governo israelense de praticar um cerco punitivo contra toda uma população civil, uma política que, segundo juristas internacionais, pode configurar crime de guerra e crime contra a humanidade.
> “A situação em Gaza não é uma tragédia natural. É uma política deliberada, sustentada por quem tem o poder de parar tudo isso — e não o faz”, denuncia uma representante da Anistia Internacional.
Silêncio e cumplicidade internacional
Enquanto 14 mil vidas infantis pendem por um fio, a comunidade internacional hesita. Potências ocidentais evitam condenações diretas, mantendo alianças estratégicas e fornecendo apoio militar ao Estado de Israel. Organizações da sociedade civil, ativistas e vozes críticas em todo o mundo pressionam por um cessar-fogo imediato e pela abertura de corredores humanitários.
Mas o tempo é curto. A cada hora que passa, bebês morrem sem sequer ter tido a chance de viver. E o mundo, ciente da realidade, assiste.
Editorial
Este não é apenas um apelo por ajuda humanitária. É uma denúncia contra a desumanização institucionalizada, contra a naturalização da morte de crianças palestinas como “efeitos colaterais”. A crueldade, quando é política de Estado, deixa de ser tragédia e passa a ser crime. O silêncio internacional também mata — e com ele, morre mais um pedaço da nossa humanidade.
Comentários
Postar um comentário