Trabalhador escravizado e tatuado com iniciais dos patrões é resgatado em Minas.


 UOl - Trabalhadores domésticos são resgatados de trabalho escravo e tortura em Minas Gerais


Dois trabalhadores domésticos foram resgatados de condições análogas à escravidão em Planura (MG), na região do Triângulo Mineiro. As vítimas, aliciadas por meio de redes sociais como Facebook e Instagram, relataram episódios de tortura, violência física, abusos sexuais e psicológicos. Em um dos casos, uma das vítimas foi tatuada com as iniciais "A.J.", supostamente em referência aos patrões, como forma de marcar a propriedade.


A operação foi realizada de forma conjunta pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Polícia Federal (PF). As vítimas foram retiradas da cidade e estão recebendo atendimento especializado por clínicas de combate ao trabalho escravo da Unipac e da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).


“A operação resgatou duas pessoas submetidas a um processo brutal de coisificação e dominação. A violência do trabalho escravo e do tráfico de pessoas foi agravada por abusos físicos, sexuais e psicológicos sistemáticos, impondo às vítimas um ambiente de exploração e controle absoluto”, afirmou ao UOL o auditor fiscal do trabalho Humberto Camasmie, coordenador da operação.


Segundo as investigações, os empregadores usavam redes sociais para abordar pessoas em situação de vulnerabilidade, principalmente em comunidades LGBT+, prometendo falsas ofertas de emprego e acolhimento.


As apurações revelaram que um dos trabalhadores, um homem homossexual, foi explorado durante quase nove anos. Gravações obtidas mostram cenas de extrema violência: em uma delas, ele aparece nu com grampos presos ao corpo, enquanto os patrões tocam música e assistem. Outro vídeo registra uma tentativa de enforcamento. Em um dos episódios mais graves, ele foi obrigado a comer as próprias fezes após ter o ânus mutilado e costurado de maneira improvisada.


Também foi resgatada uma mulher trans, de nacionalidade uruguaia, que foi igualmente aliciada pelas redes sociais e submetida a maus-tratos.


A Polícia Federal prendeu em flagrante três homens apontados como empregadores. Seus nomes não foram divulgados para preservar a identidade das vítimas, considerando a extrema gravidade dos abusos sofridos.


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