Nikolas deixa de seguir Malafaia após briga por causa de Marçal

A corrida eleitoral para a Prefeitura de São Paulo em 2024 trouxe à tona uma divisão significativa na extrema direita brasileira, especialmente entre os apoiadores de Jair Bolsonaro. O surgimento do ex-coach Pablo Marçal (PRTB) como uma alternativa ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) está gerando desentendimentos entre líderes bolsonaristas, evidenciando as tensões dentro desse espectro político.

Recentemente, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) deixou de seguir o pastor Silas Malafaia no Instagram, um ato que simboliza um rompimento nas relações entre essas duas figuras proeminentes da extrema direita. A discórdia teve início após Malafaia, um dos principais defensores de Nunes e uma voz influente entre os evangélicos, enviar "indiretas" ao deputado. Em suas redes sociais, Nikolas havia afirmado que Nunes "pertence ao sistema", posicionando Marçal como uma alternativa mais alinhada aos princípios do bolsonarismo.

A resposta de Malafaia foi rápida e incisiva. Embora não tenha mencionado Nikolas diretamente, o pastor aconselhou o deputado a "ter ficado de boca fechada" em consideração ao ex-presidente Bolsonaro, que apoia Nunes. Essa crítica reflete a frustração de Malafaia com a crescente popularidade de Marçal entre alguns setores da extrema direita, que vêem nele uma nova esperança.

Malafaia não é apenas uma voz isolada; ele tem se destacado como um dos principais críticos de Marçal na campanha. O pastor gravou diversos vídeos em que expressa sua desaprovação pelo ex-coach, argumentando que ele não merece o voto dos eleitores conservadores nas eleições de São Paulo. Esse embate demonstra como a candidatura de Marçal está desafiando as narrativas e alianças estabelecidas dentro da extrema direita.

À medida que a eleição se aproxima, a fragmentação da extrema direita pode ter consequências significativas para o resultado das urnas. Se a divisão se aprofundar, pode criar oportunidades para que candidatos fora do tradicional círculo bolsonarista ganhem força. O cenário eleitoral em São Paulo, portanto, se torna um microcosmo das lutas internas que marcam a extrema direita brasileira em um momento de transição e reconfiguração política.

A disputa não é apenas sobre quem ocupará a prefeitura, mas também sobre o futuro da extrema direita no Brasil. Com o enfraquecimento das alianças e a emergência de novas lideranças, o resultado dessa eleição pode moldar os rumos do bolsonarismo e seu impacto nas eleições futuras. A tensão entre Ferreira e Malafaia é apenas um reflexo das complexidades e das rivalidades que caracterizam a política brasileira hoje.