Sakamoto: Bolsonaro atrai 45 mil pessoas na Paulista, um número quatro vezes menor que o registrado em fevereiro.


  UOL - O ato bolsonarista realizado neste 7 de setembro na Avenida Paulista contou com 45,4 mil participantes em seu horário de pico, às 16h05, de acordo com a contagem realizada pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP). A manifestação, que teve como pauta principal o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, atraiu um número de pessoas significativamente menor em comparação com um ato semelhante realizado em 25 de fevereiro, que reuniu 185 mil pessoas, segundo o mesmo grupo.


A estimativa de público foi feita a partir de fotos aéreas de alta resolução capturadas em três momentos distintos: às 14h25, 15h25 e 16h05. Essas imagens foram processadas com a ajuda de um software especial, que permitiu contar o número de participantes com uma margem de erro de cerca de 12% para mais ou para menos.


Embora a manifestação deste sábado tenha tido uma adesão considerável, a mobilização foi mais de quatro vezes menor que a de fevereiro, que, na época, também foi organizada pelo pastor Silas Malafaia e focou em pautas de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e críticas ao ministro Alexandre de Moraes. O ato deste 7 de setembro ocorreu em meio a tensões políticas, marcadas pela suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil, uma medida tomada por Moraes, e a divulgação de reportagens que detalhavam como ele teria enviado ao STF provas que ele mesmo produziu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Para Pablo Ortellado, um dos coordenadores do Monitor e professor de Políticas Públicas da USP, a oscilação no número de manifestantes é comum em mobilizações de rua. "Foi uma manifestação grande para os padrões brasileiros. Mobilização de rua é um fenômeno difícil de controlar, então a gente vê muita oscilação", afirmou. Ele também mencionou que as manifestações contra a ex-presidente Dilma Rousseff seguiram um padrão semelhante, com declínios e novos picos ao longo de 2015 e 2016.


A ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi hospitalizado na véspera do ato e teve sua presença incerta até o último momento, também pode ter influenciado na menor adesão. "Isso talvez tenha atrapalhado a mobilização", comentou Ortellado.


Apesar do público menor que o esperado, aliados de Bolsonaro esperavam que o ato fosse um catalisador para pressionar o Senado a avançar com o impeachment de Moraes e a Câmara dos Deputados a aprovar a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A expectativa de um número recorde de manifestantes, no entanto, não se concretizou, o que pode diminuir a força da pressão política exercida pelos bolsonaristas.


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