Casa Branca crítica bloqueio do X no Brasil, mas Ignora situação do TikTok


A Casa Branca manifestou-se contrária ao bloqueio da rede social "X" (antigo Twitter) no Brasil, destacando a importância da liberdade de expressão. A declaração foi feita pela porta-voz do governo americano, Karine Jean-Pierre, durante uma entrevista coletiva na última terça-feira (17/9). O posicionamento ocorreu em resposta à pergunta da jornalista Raquel Krahenbuhl, da TV Globo, sobre a visão dos Estados Unidos em relação à suspensão do "X", que começou no Brasil em 31 de agosto.


Jean-Pierre destacou a posição do governo americano sobre o acesso às redes sociais: “Acho que, quando se trata de redes sociais, sempre fomos muito claros de que todos devem ter acesso às redes, é uma forma de liberdade, de liberdade de expressão". A declaração foi registrada e divulgada no canal oficial da Casa Branca no YouTube.


No entanto, o discurso de defesa da liberdade de expressão contrasta com a postura do governo dos Estados Unidos em relação ao TikTok. Apesar de condenar o bloqueio do "X" no Brasil, a Casa Branca tem adotado uma postura cada vez mais rigorosa em relação ao TikTok, com tentativas de banir a plataforma no país, sob alegações de risco à segurança nacional devido aos vínculos da empresa-mãe, ByteDance, com o governo chinês.


A incoerência foi percebida por muitos analistas, que apontam para a seletividade da Casa Branca ao defender a liberdade de expressão apenas quando convém. Enquanto a administração Biden condena a suspensão de uma plataforma no Brasil, ignora as próprias restrições e ações para bloquear o TikTok nos EUA, o que levanta questões sobre os verdadeiros interesses por trás dessa retórica.


Ao longo dos últimos meses, o TikTok tem enfrentado uma crescente pressão política nos Estados Unidos, com governadores de diversos estados proibindo o uso do aplicativo em dispositivos governamentais, e com o Congresso considerando uma proibição em todo o país. O contraste entre a defesa da liberdade de expressão em um caso e a tentativa de bloqueio em outro evidencia uma dualidade na política digital do governo americano. 


Este episódio levanta questionamentos sobre a coerência dos EUA na aplicação de seus princípios de liberdade de expressão e direitos digitais, e se esses valores são mantidos de forma equitativa ou utilizados seletivamente conforme os interesses estratégicos.

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