“A tendência é vetar”, diz Lula sobre taxação de compras até US$ 50
O presidente Lula afirmou que deve vetar a retomada da taxação sobre produtos adquiridos no exterior de até US$ 50 (cerca de R$ 257), mas indicou que deseja discutir o assunto com o Congresso Nacional antes de tomar uma decisão final. José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara dos Deputados, anunciou nesta quarta-feira (22) que Lula é contrário à retomada do imposto sobre essas importações.
Ao ser questionado sobre o tema nesta quinta-feira (23), Lula declarou, sorrindo: “Só me pronuncio nos autos do processo. A tendência é vetar, mas a tendência também pode ser negociar”. Ele mencionou que ainda não marcou um encontro com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tratar do assunto, mas que pode recebê-lo ainda hoje.
O tema tem dividido o governo. O imposto foi sugerido pela equipe econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas enfrenta resistência de outras autoridades, incluindo a primeira-dama, Janja da Silva.
Pressionado pelo varejo brasileiro, o Congresso tem se mostrado favorável à retomada da taxação. Ao abordar o assunto, Lula mencionou que há “bugigangas” entre esses itens importados e questionou: “Nem sei se essas bugigangas competem com coisas brasileiras”.
Um dos membros do governo favorável à medida é Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio (Mdic). Lula diz que levou esse argumento a ele e defendeu “encontrar uma saída” sem prejudicar quem faz outros tipos de compra no exterior.
“Quando discuti, eu falei com Alckmin: minha mulher compra, sua mulher compra, sua filha compra, todo mundo compra, a filha do Lira compra. Então precisamos tentar ver um jeito de não tentar ajudar uns prejudicando outros e fazer uma coisa uniforme. Estamos dispostos a negociar e encontrar uma saída”, completou.
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