Brasil 247- Em entrevista ao 247, o ex-governador do Rio de Janeiro afirma que caiu porque prendeu Ronnie Lessa e Elcio Queiroz
Witzel também afirmou que deputados estaduais que votaram a favor de seu afastamento foram movidos por ameaças. Ele também falou da relação entre políticos e o crime organizado. “Deputados votaram ameaçados de morte contra mim. Eu era uma pedra no sapato do crime organizado do Rio. (...) A máfia da milícia é fonte de financiamento para campanhas eleitorais. O crime organizado alimenta a política e a política se alimenta do crime organizado”. Sobre a razão que levou à execução da vereadora, Witzel avalia que “Marielle atrapalhava o enriquecimento de determinadas pessoas e a fonte de financiamento escusa da política”.
Witzel também falou sobre o caso do porteiro do Condomínio Vivendas da Barra. O homem disse em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro que, no dia do assassinato da vereadora, em 14 de março de 2018, um dos envolvidos na morte se dirigiu até o conjunto de casas onde vive Jair Bolsonaro (PL), horas antes do crime. Ao porteiro, o ex-policial-militar Élcio Queiroz teria dito que iria à casa de número 58 — que pertence a Bolsonaro. Depois de mais de quarenta dias da divulgação de seu depoimento e de ter sido ameaçado de prisão com base na Lei de Segurança Nacional, ele acabou mudando de versão. Para o ex-governador, a história está “mal contada”. “Até hoje, não engoli a história do porteiro do Vivendas da Barra, que disse que o Elcio Queiroz pediu autorização para o Jair Bolsonaro para entrar no condomínio. O porteiro se apresentou, ele não foi achado. A história do porteiro ficou mal contada”.
Sobre a prisão dos supostos mandantes do crime, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, o ex-governador defendeu a necessidade de aprofundamento das investigações que, segundo ele, ainda podem chegar a outras personalidades políticas. “Se o deputado Chiquinho Brazão e o conselheiro Domingos Brazão estão envolvidos, agora é o ponto de partida de investigação. Se aprofundar a investigação, vai chegar em muitos deputados estaduais, federais e até senador. A investigação tem que avançar. Cabe à investigação aprofundar as provas da delação do Ronnie Lessa. Agora é que começa a investigação. O que ele falou precisa ser provado”.
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