Bolsonaristas passam a atacar Felca após denúncia sobre pedofilia no Instagram
O cenário que, até poucos dias atrás, parecia de apoio unânime a uma denúncia grave, mudou rapidamente. Após expor casos de exploração sexual infantil e adultização de menores em conteúdos publicados no Instagram e outras redes, o influenciador digital Felca passou a ser alvo de ataques de figuras e apoiadores da extrema-direita brasileira.
Felca, que publicou um vídeo detalhando práticas consideradas abusivas por parte de influenciadores com grande audiência, viu sua denúncia repercutir em todo o país. O material, que já acumula milhões de visualizações, motivou debates sobre a segurança de crianças na internet e a responsabilidade das plataformas digitais.
Entretanto, nas últimas horas, setores bolsonaristas migraram do apoio inicial para uma postura de descrédito. Perfis influentes, que inicialmente compartilharam o conteúdo de Felca como alerta, passaram a publicar vídeos e textos relativizando ou desmerecendo as denúncias.
Um dos episódios mais comentados foi o posicionamento do comentarista e escritor Rodrigo Constantino, conhecido como um dos porta-vozes da extrema-direita. Em suas redes, Constantino classificou as acusações apresentadas por Felca como “pegadinha”, insinuando que haveria um objetivo oculto por trás da repercussão do caso.
Críticos apontam que essa mudança de narrativa reflete a dificuldade de parte do espectro político em lidar com denúncias que atingem personalidades ou discursos alinhados ao próprio grupo. Já defensores de Felca reforçam que o combate à exploração sexual infantil deve ser tratado como pauta suprapartidária, sem espaço para disputas ideológicas.
Enquanto isso, parlamentares e autoridades seguem debatendo propostas para fortalecer o combate à exploração de menores no ambiente digital. Projetos como a chamada “Lei Felca” — que criminaliza e endurece as punições para a erotização infantil online — ganharam fôlego no Congresso após a repercussão do vídeo.
O caso expõe não apenas a gravidade do tema, mas também as dinâmicas de polarização política que influenciam até mesmo o debate sobre crimes contra crianças.
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