Auditoria do TCU revela venda irregular de 2 milhões de munições sob governo Bolsonaro


  Brasil 247-Munições foram vendidas a CPFs de menores de 18 anos e até mesmo de pessoas já falecidas

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que mais de 2 milhões de munições foram vendidas de forma irregular no Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro. Os dados, provenientes do Sistema de Controle de Venda e Estoque de Munições (Sicovem), utilizado pelo Exército, apontam para diversas irregularidades, levantando preocupações sobre a segurança pública no país.


Entre as descobertas alarmantes está o uso de CPFs de menores de 18 anos e até mesmo de pessoas falecidas para adquirir munições. Houve também casos em que as munições foram vendidas sem o devido registro da arma correspondente, além de discrepâncias nos calibres das armas registradas. Por exemplo, munições de fuzil 5,56 mm foram adquiridas utilizando documentos de armas calibre 22.


Foram identificadas 164 vendas a 151 CPFs de menores de 18 anos, e 6.669 munições destinadas a pessoas falecidas. Outras 30.409 munições foram liberadas para armas listadas no sistema como perdidas, roubadas ou furtadas. Cerca de 267.993 munições foram destinadas a colecionadores e armas de acervo de coleção que não podem ser utilizadas para outros fins, conforme compilado pelo Instituto Sou da Paz.


O Sicovem, que deveria funcionar como ferramenta de controle em tempo real da venda de munições, apresentou falhas significativas que permitiram tais irregularidades. Implantedo em 2007 por força de portaria do Ministério da Defesa, o Sicovem pertence à Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), empresa que praticamente detém o monopólio da venda de munições para uso não militar no país.

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