Moro, que depõe nesta quinta-feira, pode ser o próximo a perder o mandato
Brasil 247 -O ex-juiz Sergio Moro, agora senador, enfrenta um processo no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que pode levar à sua cassação.
O processo, movido pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela Federação Brasil da Esperança, composta pelo PT, PCdoB e PV, acusa Moro de abuso de poder econômico e político nas eleições de 2022.
Segundo a acusação, Moro teria violado as regras eleitorais em duas ocasiões: ao desistir de concorrer à Presidência da República, excedendo o limite de gastos de campanha, e ao mudar de partido, do Podemos para o União Brasil.
No contexto da desistência de sua candidatura presidencial, alega-se que Moro teria usado os recursos que já havia arrecadado para sua campanha presidencial para se promover na campanha senatorial. Estima-se que Moro tenha gastado R$ 6,7 milhões entre a pré-campanha presidencial e a campanha senatorial, ultrapassando o limite legal de R$ 4,4 milhões.
Além de Moro, Luis Felipe Cunha, seu primeiro suplente no Senado, também deve prestar esclarecimentos ao desembargador Luis Carrasco.
A defesa de Moro convocou oito testemunhas para o processo. Até agora, apenas Murilo Hidalgo, diretor do Instituto Paraná Pesquisas, compareceu à audiência. Deltan Dallagnol, ex-procurador e colega de Moro na Lava-Jato, inicialmente convocado, não compareceu em sua oitiva marcada.
A estratégia da defesa parece se concentrar em construir um argumento de que a ação movida pelo PL visa cassar o mandato de Moro devido à derrota de Paulo Martins, candidato do partido.
Em caso de condenação, a decisão ainda passará por julgamento em segunda instância na Corte local e, em seguida, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se a condenação for mantida, Moro perderá seu mandato no Congresso Nacional.
Há especulações sobre quem ocuparia a vaga de Moro em caso de cassação. O PL considera a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, enquanto o PT sugere Gleisi Hoffmann, atual presidente do partido.
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