Ex-senadora cassada pelo TSE vê cassação de Moro como "provável"


 DCMA ex-senadora Juíza Selma Arruda, cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por caixa 2 e abuso de poder econômico nas eleições de 2018, comentou sobre a possível cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), afirmando que considera essa perda de mandato “muito provável”.

O caso de Selma Arruda, cujo entendimento firmado pelo TSE é citado no parecer do Ministério Público Eleitoral do Paraná, solicita ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) paranaense a cassação do mandato e a inelegibilidade de Moro por abuso de poder econômico. O julgamento está programado para o final de janeiro.

O nome de Selma é mencionado repetidamente no documento do MP Eleitoral do Paraná, que destaca a possibilidade de Moro enfrentar consequências similares com base no precedente do caso.

“Não te diria inevitável, porque o futuro a Deus pertence, mas me parece muito provável a cassação do Moro. Quando eu estava sendo processada, não acreditava na minha cassação, porque parecia absurdo”, disse à colunista Malu Gaspar, do Globo. “Vão usar o meu julgamento no TSE como precedente contra ele.”

Por que a senadora Selma Arruda, a 'Moro de Saias', foi cassada - BBC News Brasil
A ex-senadora Selma Arruda, cassada pelo TSE em 2019 — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O processo de Selma em 2019, resultando em sua cassação pelo TSE, estabelece um precedente relevante que tem sido associado nos bastidores como uma possível ameaça à trajetória política de Moro.

As acusações contra Selma envolviam antecipação de despesas de campanha durante a pré-campanha, enquanto ela alega inocência e contesta a ideia de abuso de poder econômico ao concorrer com candidatos apoiados pelo agronegócio.

Agora, o PT e o PL acusam Moro de prática de caixa 2, abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social. Os partidos buscam evidenciar que a exposição e os recursos utilizados na pré-campanha presidencial conferiram a Moro uma vantagem indevida na campanha ao Senado.

O Ministério Público Eleitoral do Paraná destaca que os gastos durante a pré-campanha de Moro teriam atingido R$ 2 milhões, financiados pelo Podemos e União Brasil.

Os procuradores afirmam que a alta exposição nacional de Moro durante a pré-candidatura à Presidência influenciou significativamente sua campanha ao Senado, comprometendo a lisura do pleito de acordo com os parâmetros legais.

O MP Eleitoral reconhece gastos excessivos na pré-campanha que teriam favorecido Moro, porém nega acusações de corrupção relacionadas à negociação de contratos.

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