A Casa Branca de Trump, em conflito constante com Pequim, pressiona os aliados a impedir que a Huawei participe de concorrências para a modernização da infraestrutura digital. Alega razões de segurança nacional. Considerando o regime ditatorial chinês, cautela é recomendável. Tecnicamente, contudo, o argumento americano faz pouco sentido, pois a Huawei oferece a tecnologia mais barata e testada para operadoras montarem suas redes 5G.
Pressionar o Ocidente a alijar deste ciclo de investimentos um fornecedor bem avaliado é como se o mundo entrasse na máquina do tempo e fosse despachado para séculos atrás. O choque entre Washington e Pequim deverá persistir mesmo com o democrata Joe Biden na Casa Branca, por se tratar de conflito entre um poder estabelecido e uma potência emergente. Cabe ao Brasil se preparar para administrar a situação com habilidade.
Pressionar o Ocidente a alijar deste ciclo de investimentos um fornecedor bem avaliado é como se o mundo entrasse na máquina do tempo e fosse despachado para séculos atrás. O choque entre Washington e Pequim deverá persistir mesmo com o democrata Joe Biden na Casa Branca, por se tratar de conflito entre um poder estabelecido e uma potência emergente. Cabe ao Brasil se preparar para administrar a situação com habilidade.
Chapman, mesmo de forma enviesada, foi explícito. Não disse que o Brasil sofreria represália caso permita que a Huawei esteja presente aqui na rede 5G — como está na atual infraestrutura de comunicações —, mas afirmou que haveria “consequências, sim”. E mencionou possibilidades de investimentos americanos condicionados ao afastamento da Huawei. Por comparação, o Reino Unido aceitou até retirar equipamentos chineses em uso.
Falta uma diplomacia profissional como o Brasil já teve — e foi desativada pelo bolsonarismo, com sua visão tosca do mundo, em que o trumpismo e correntes similares são guardiões dos valores da humanidade. Está difícil evitar que um movimento geopolítico americano leve o país a virar as costas a seu maior parceiro comercial, a China. Os prejuízos irão muito além da tecnologia. O Itamaraty, ouvido no governo Geisel, contrariou os americanos em Angola nos anos 1970, ao reconhecer o governo do MPLA apoiado por Cuba. Defesa semelhante do interesse nacional parece hoje impossível.
Falta uma diplomacia profissional como o Brasil já teve — e foi desativada pelo bolsonarismo, com sua visão tosca do mundo, em que o trumpismo e correntes similares são guardiões dos valores da humanidade. Está difícil evitar que um movimento geopolítico americano leve o país a virar as costas a seu maior parceiro comercial, a China. Os prejuízos irão muito além da tecnologia. O Itamaraty, ouvido no governo Geisel, contrariou os americanos em Angola nos anos 1970, ao reconhecer o governo do MPLA apoiado por Cuba. Defesa semelhante do interesse nacional parece hoje impossível.
Fonte: O Globo
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